sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Aminetu regressa a casa

A história deste regresso da activista de direitos humanos a sua casa no Sahara Ocidental pode ser acompanhada no jornal Público e no El País, ver aqui.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

Aminetu Haidar – V











Em meu nome, Hayat El Kassimi, filha de Aminatu Haidar, de 15 anos de idade, e em nome do meu irmão, Mohamed el Kassimi, de 13 anos, lanço um apelo urgente a todas as crianças do mundo inteiro para que nos apoiem e, ao mesmo tempo, lanço um apelo a todas as mães para que apoiem a nossa mãe, uma mãe separada dos seus dois filhos e que está em greve de fome há 22 dias, para que ela possa regressar para o nosso lado e possamos viver juntos em estabilidade".
É doloroso para mim e para o meu irmão sabermos hoje da má notícia de que a nossa querida mamã decidiu deixar de tomar os seus medicamentos, o que é muito perigoso para ela.
Ajudem a nossa querida mamã, evitem a tragédia que se irá a repercutir de forma negativa na nossa situação física e psíquica.

QUEREMOS O REGRESSO DA NOSSA MAMÃ!

Hayat El Kassimi
Mohamed El Kassimi
07-12-2009




(Da sua casa sequestrada em El Aiun, Sahara ocidental, os filhos de Aminetu Haidar lançam este clamor urgente para que apoiem a sua mãe e esta possa regressar a El Aiun e à casa de família).

A Amnistia Internacional em Espanha denunciou através de um porta-voz autorizado que, além de terem expulsado Aminetu Haidar para Espanha no passado dia 14 de de Novembro, e terem-lhe retirado a documentação necessária para viajar, as autoridades marroquinas passaram a impedir o acesso à sua conta bancária dela e da sua família, após uma ordem das forças de segurança que «ordenaram ao banco que a bloqueie». A Amnistia Internacional em Espanha tem também informações de que «se estariam a limitar a liberdade de movimentos» dos seus filhos e familiares, tendo empreendido uma acção urgente de recolha de assinaturas não só para que Aminetu Haidar possa regressar a El Aiun mas para que sejam respeitados os Direitos Humanos no Sahara Ocidental.

(Fonte: Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental - 08-12-2009)

Aminetu Haidar – IV

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) defendeu já «o direito de regresso ao seu país» da militante saharaui dos direitos humanos, Aminetu Haidar, em greve de fome desde há mais de três semanas em Lanzarote, Espanha.
«Tenho acompanhado a questão e estou particularmente preocupado com o estado de saúde» de Aminetu Haidar, declarou a senhora Navi Pillay, durante uma conferência em Genebra. «Invoco o direito de Aminetu de regressar ao seu país», acrescentou a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos exprimindo o seu desejo de que seja encontrada «uma solução rápida» para este problema.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou também hoje à Espanha e Marrocos para que encontrem «todas as medidas» a fim de «facilitar uma resolução deste problema e pôr fim ao impasse actual».
Segundo o porta-voz do SG das Nações Unidas, Martin Nesirky, a ONU «examina os meios através dos quais a organização poderá ajudar a resolver a situação da Senhora Haidar».
Recorde-se que o Sahara Ocidental é a última colónia de África ainda por descolonizar. É considerado como território não-autónomo pela ONU desde 1966. A última resolução do Conselho de Segurança da ONU (n.º 1871) pede às partes (Marrocos e a Frente Polisario) de «prosseguirem as negociações sob os auspícios do secretário-geral, sem condições prévias e de boa-fé, tendo em conta os esforços realizados desde 2006 e os factos novos surgidos desde então, com vista a encontrar uma solução política justa, duradour e mutuamente aceite que consagre a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental».
Marrocos e a Frente Polisario iniciaram desde Junho de 2007 negociações directas, sob a égide da ONU. Quatro sessões tiveram lugar em Manhasset, nos arredores de Nova Iorque, e uma reunião informal em Viena de Áustria, sem que se tenha conseguido qualquer tipo de avanço real.

(Fonte: Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Aminetu Haidar – história de uma prisão (III)

Uma delegação do Conselho Português para a Paz e Cooperação partiu dia 5 de Dezembro para os acampamentos de refugiados Saharauis, em Tinduf, no sul da Argélia, com o objectivo de reunir com o presidente da República Árabe Democrática Saharaui e com outros responsáveis do governo da RASD, para examinar a continuidade dos projectos de cooperação em curso no plano educativo e médico, bem como das Campanhas pela libertação dos presos políticos Saharauis e pelo reconhecimento da RASD, para além de visitar o acampamento de Dajla, onde o CPPC, em cooperação com Autarquias portuguesas, está a construir uma escola básica que apoiará a escolaridade de 630 crianças, e participará, em representação do Conselho Mundial da Paz, no Congresso da UJSário.
Esta deslocação ocorre num momento particularmente dramático da situação do povo Saharaui. Após três décadas de ocupação marroquina, o povo Saharaui prossegue uma justa luta pela liberdade, soberania e independência do seu país.
Hoje, a dignidade e a determinação do povo Saharaui pelo direito de retorno à sua terra, tem mais do que nunca, o rosto e nome de mulher: Aminetu Haidar. Em greve de fome desde o dia 15 de Novembro, Aminetu demonstra desta forma ao ocupante marroquino e a toda a comunidade internacional, que por mais anos que passem, a vontade deste povo não poderá ser domada e que nem o incremento da sistemática violação dos direitos humanos nos territórios ocupados poderá quebrar a sua determinação de lutar pelo direito à liberdade.

Fonte: Conselho Português para a Paz e Cooperação

Aminetu Haidar – história de uma prisão (II)

Quero apenas transmitir uma mensagem clara ao Senhor Moratinos, que eu, Aminetu Haidar, nunca estive sob pressão e nunca o estarei, já que sou sempre independente.
São as minhas convicções e a minha consciência quem me dita o que tenho que fazer, não é a Plataforma de Apoio, nem a Frente Polisario, nem Marrocos, nem os Estados Unidos, nem Moratinos, nem ninguém.
Estou muito consciente do que estou a fazer, ao travar esta batalha. E ponto.
Trata-se de uma manobra da parte do Governo espanhol para dilatar o claro caminho do que é uma violação flagrante dos Direitos Humanos, do Direito Internacional, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e, sobretudo, do artigo 12. Para além de uma violação clara da Lei espanhola.
A Plataforma está aqui apoiando-me, assim como toda a gente a nível de Espanha e internacionalmente, e não para pressionar-me.
O que está a fazer agora o Governo espanhol é, em vez de pressionar Marrocos, pressionar-me a mim. Está pressionando a Plataforma de Apoio e a Frente Polisario, está fazendo chantagem a todo um povo, o Povo Saharaui.

Aminetu Haidar

(Declaração feita por Aminetu Haidar na tarde de dia 30 de Novembro, perante as declarações produzidas pelo Ministro espanhol de Negócios Estrangeiros, Miguel Ángel Moratinos, em que este afirmou que quem assessora Aminetu Haidar está a impedir que ela consiga o seu objectivo de regressar a El Aaiun.)

Fonte: Associação de Amizade Portugal –Sahara Ocidental

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Aminetu Haidar – história de uma prisão (I)

Aminetu Haidar (n. 1967 em El Aaiún, Sahara Ocidental), militante dos Direitos Humanos, ex-presa política e ‘desaparecida’, uma das mais importantes personalidades da resistência civil pacífica saharaui, foi presa no início da tarde de dia 13 de Novembro, Aeroporto de El Aaiun, capital do Sahara Ocidental ocupado, quando descia do avião oriundo proveniente das Canárias.
Segundo os seus familiares, que foram impedidos de entrar na aerogare, vários cordões de polícia e outras forças de segurança marroquinas cercaram o aeroporto antes da chegada do avião, enquanto agentes de segurança aguardavam junto à passarela da aeronave. Segundo testemunhos oculares, Aminetu Haidar foi detida e introduzida num furgão de cor verde rumo a destino desconhecido.
Presidente do Colectivo Saharaui de Defesa dos Direitos Humanos, já muitas vezes apelidada da “Gandhi saharaui” devido à sua militância de pacífica resistência à ocupação marroquina, Aminetu Haidar é uma das mais eminentes personalidades da resistência civil saharaui, reconhecida nacional e internacionalmente pela sua corajosa campanha em defesa da liberdade para o seu povo e a autodeterminação do seu país ocupado por Marrocos, contra os desaparecimentos forçados e abusos cometidos sobre os presos de opinião.
A ex-presa política saharaui, provinha de Nova Iorque, onde recebeu o «Prémio da Coragem Civil 2009» da John Train Fondation, pela resistência pacífica no Sahara Ocidental, no que a tornou a primeira mulher árabe a receber tal distinção.
A prisão de Aminetu Haidar surge na sequência da detenção, no passado dia 8 de Outubro, de sete activistas de direitos humanos saharauis detidos pela polícia marroquina, em Casablanca, quando regressavam de uma visita aos acampamentos de refugiados saharauis em Tinduf (Argélia), sob a acusação de traição à pátria e de atentado contra a soberania e integridade territorial de Marrocos. Os sete detidos enfrentam um Julgamento em Tribunal Militar, que poderá aplicar-lhes a pena capital.
Esta vaga de prisões inscreve-se numa longa lista de violações dos direitos humanos perpetradas pelo Reino de Marrocos contra a população Saharaui que vive sob ocupação há mais de 35 anos e surge poucos dias após o discurso proferido pelo Rei Mohamed VI no aniversário da «Marcha Verde», ameaçador contra todos aqueles que ousem por em causa a ocupação ilegal do território da antiga colónia espanhol do Magrebe.
Em 1987, com 21 anos de idade, Aminetu Haidar estava entre os/as 700 manifestantes detidos/as por participar numa manifestação pacífica em que se reclamava o referendo de autodeterminação. A activista foi dada como “desaparecida”, não tendo sido apresentada a tribunal nem confirmada como presa, permanecendo durante quatro anos em centros secretos de detenção onde, juntamente com outras 17 mulheres saharauis, foi sujeita a diversas formas de tortura. Após ter sido libertada, em 2005, a policía marroquina deteve-a e espancou-a após a sua participação numa manifestação pacífica. Foi libertada sete meses depois, graças à pressão internacional de organizações como a Amnistia Internacional e o Parlamento Europeu.
Desde então, Aminetu Haidar tem percorrido o mundo denunciando a ocupação militar marroquina e defendo o direito do seu povo à autodeterminação.
Aminetu é mãe de dois filhos e tem um bacharelato em literatura moderna. Foi galardoada com o Prémio de Direitos Humanos Robert F. Kennedy 2008, o 2007 Silver Rose Award (Áustria), e o Prémio de Direitos Humanos 2006 Juan María Bandrés (Espanha). Foi nomeada pelo Parlamento Europeu para o Prémio de Direitos Humanos Andrei Sakarov. A Amnistia Internacional (EUA) apresentou a sua candidatura ao Prémio Fondo Ginetta Sagan, tendo sido igualmente nomeada para o Prémio Nobel da Paz.

(Fonte: Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Solidariedade com activistas turcas












Fotos da concentração em frente à Embaixada da Turquia, a 18 de Novembro último, em que esteve representada a coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres e outras organizações.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Em vésperas da Cimeira Ibero-Americana

Entre 29 de Novembro e 1 de Dezembro decorre em Portugal a XIX Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, dedicada ao tema "inovação e conhecimento". Contudo, a discussão em torno da situação política nas Honduras vai estar muito presente. O dia da abertura da Cimeira coincide com o dia das eleições nas Honduras, processo que não é reconhecido pela resistência contra o golpe de Estado, nem pela maior parte da comunidade internacional, por achar que se trata de uma manobra dos golpistas para se legitimarem no poder.
É neste contexto que surge o seguinte apelo aos representantes dos países que participaram na Cimeira para que tomem uma posição clara e definam acções concretas para pôr fim a toda a situação que se tem vindo a viver derivada do golpe. Aqui fica reproduzido o posicionamento conjunto das entidades que, no passado mês de Julho, organizaram a mobilização em solidariedade com o povo das Honduras.

Aos/ às Chefes de Estado e de Governo da XIX Cimeira Ibero Americana

Numerosas organizações da sociedade civil portuguesa têm acompanhado com atenção a situação política das Honduras durante os últimos meses, condenando unanimemente o golpe de Estado perpetrado em 28 de Junho e o governo de facto que dele se derivou.
Um mês após o golpe, mais de uma trintena de entidades, constantes no final deste documento, organizaram uma concentração de solidariedade com o povo das Honduras e de repúdio do golpe militar, somando-se à pressão e à mobilização internacional para reverter a situação, apelando ao reestabelecimento da democracia, sem derramamento de sangue, ao fim da repressão contra o povo das Honduras e à defesa do direito dos povos a decidirem o seu destino.
Hoje, passados cinco meses desde o início da crise política, a situação ainda não foi resolvida e assistimos com preocupação à convocação de umas eleições que podem constituir uma tentativa dos golpistas de se legitimarem no poder, num cenário onde não estão reunidas as condições que garantam o desenvolvimento de uns comícios verdadeiramente livres, democráticos e transparentes.
Neste contexto, julgamos ser de vital importância que o Governo Português e os/as demais Chefes de Estado e de Governo reunidos nesta Cimeira assumam uma posição política clara e sem ambiguidades, norteada pela defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo, que se traduza em acções concretas para impedir a perpetuação no poder dos golpistas e para possibilitar uma saída ao conflito político que verdadeiramente respeite a vontade dos/as hondurenhos/as.
A sociedade civil portuguesa e internacional aguarda com atenção e esperança os resultados desta Cimeira, certos de que serão sensíveis à importância desta questão e de que estarão à altura das responsabilidades que o povo lhes confiou.

Lisboa, 27 de Novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Solidariedade grega com acusados/as do processo de Izmir


Registou-se uma forte mobilização em Atenas e Thessaloniki, Grécia, em solidariedade com 31 sindicalistas na Turquia, na véspera do processo em Izmir. A 18 de Novembro dezenas de manifestantes marcaram presença frente à Embaixada da Turquia para pedir a libertação imediata dos/as sindicalistas e o fim da perseguição contra eles e elas. Na manifestação participaram uma delegação da coordenação grega da Marcha Mundial das Mulheres, a deputada de Syriza (coligação da esquerda radical) Iro Dioti, o líder do sindicato dos professores (OLME) Gr.Kalomiris, os membros da Rede de Mulheres de Syriza, assim como refugiados Curdos.
No mesmo dia em Thessaloniki, com iniciativa da coordenação local da MMM, teve lugar uma importante manifestação de solidariedade com os sindicalistas do KESK à frente do consulado turco. À MMM juntaram-se os dirigentes da União das Organizações dos Funcionários do sector Público de Thessaloniki, assim como a Rede de Mulheres de Syriza. Após gritar palavras de ordem contra a repressão do Estado turco, que visa sobretudo o sindicato KESK e lida publicamente a moção de solidariedade da MMM, o grupo de manifestantes tentou deixá-la na porta do consulado, mas foram impedidos pela polícia que estava presente em força!
As duas manifestações, em Atenas e Thessaloniki, foram alvo de cobertura pela imprensa escrita e pelas cadeias de televisão.

sábado, 21 de novembro de 2009

Solidariedade vence sempre

Soube-se esta sexta-feira à noite, dia 20 de Novembro, que os turcos e as turcas foram libertados/as, após o julgamento em Izmir. A prisão destes/as activistas em Maio e Junho na Turquia levantou um movimento de solidariedade do qual participou a Marcha Mundial das Mulheres e a sua coordenação portuguesa que, em conjunto com os subscritores de uma carta de repúdio, esteve solidária por mais esta causa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Julgamento de activistas na Turquia

Começou ontem o julgamento de mais de 30 activistas na cidade de Izmir, Turquia, previsto para terminar hoje. O procedimento está sendo acompanhado por uma delegação internacional de 40 pessoas, formada por integrantes da Confederação Sindical Internacional, diversas centrais sindicais europeias, a Marcha Mundial das Mulheres e a rede Advogados sem Fronteiras, além de centenas de militantes dos movimentos sindical, de mulheres e de direitos humanos na Turquia.

Os activistas foram detidos nos meses de Maio e Junho, sem acusação formal. O processo correu todo o tempo em sigilo; apenas recentemente os advogados tiveram acesso aos autos. No total, 22 pessoas estão presas (10 mulheres e 12 homens); as demais acusadas aguardam julgamento em liberdade. Entre as presas, quatro são activistas da Marcha Mundial das Mulheres (MMM): Elif Akgul, ex-secretária de mulheres do Sindicato dos Professores, Yuskel Mutlu, professora aposentada, integrante da Associação de Direitos Humanos e da Assembleia Turca pela Paz; Songul Morsumbul, secretária de Mulheres da KESK (Confederação dos Sindicatos dos Empregados Públicos da Turquia) e Gulcin Isbert, integrante do Egitim-Sen, sindicato de professores.

Miriam Nobre, coordenadora do Secretariado Internacional da MMM, que está em Izmir, informa que, nesta primeira sessão do julgamento, a promotoria apresentou como motivo da acusação a organização de uma central sindical, cujos integrantes teriam vínculo com integrantes do PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos), considerado ilegal na Turquia. Porém, Miriam conta que a forma como o julgamento é conduzido aponta para a intenção de cercear actividades de organização sindical: “todas as evidências que a promotoria apresenta são listas de passageiros de vôos, informações de reuniões, emails, ligações telefónicas, acções que são do quotidiano da vida sindical”. Miriam também chama atenção para o facto de que, ao fazer a síntese dos argumentos da defesa, o juiz replicou que considera a mesma coisa realizar uma “acção” ou uma “acção ilegal”.

Logo no início, a defesa solicitou a suspensão do julgamento por desrespeitar todas as normas estabelecidas em nível europeu e informou que fará apelo junto à Corte Europeia de Direitos Humanos. Na quarta-feira, dia 18, a MMM na Europa organizou acções em frente às embaixadas e aos consulados da Turquia em todo o continente. Em Portugal, as manifestantes relataram que foram recebidas na embaixada por um contingente alto de policiais, com carros à prova de pedras e alguns até com metralhadoras. Uma comissão de quatro integrantes da MMM foi recebida pela segunda na hierarquia da embaixada que, pelo tom de sua fala, indicou que os acusados já têm sentença pré-definida.

A MMM pede a todas as suas militantes e movimentos aliados que mantenham a pressão sobre as representações diplomáticas e do governo da Turquia para exigir a libertação de todas e todos os detidos (que são funcionários públicos, com endereço fixo conhecido), além de um julgamento justo e imparcial e o fim da repressão aos movimentos de oposição.

Para ler a declaração e convocatória à acção da Coordenação Europeia da MMM e informações anteriores sobre o caso, clique aqui.

Para entrevistas em português - Miriam Nobre, coordenadora do Secretariado Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (SI-MMM): +90 53-6511-9019

Contato do SI-MMM: +55 11 3032-3243

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Carta de Repúdio entregue hoje

Carta de Repúdio
Ao Embaixador da Turquia em Portugal


Com conhecimento ao Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Grupos Parlamentares, Ministro dos Negócios Estrangeiros

Pela Libertação dos homens e mulheres detidos arbitrariamente

Em 28 de Maio, 35 activistas de movimentos sociais turcos, de sindicatos, de organizações de defesa dos direitos das mulheres e de defesa dos direitos humanos foram presos ilegalmente, tendo-lhes sido confiscados computadores, CDs e documentos das instalações da Confederação dos Sindicatos do Sector Público e do Sindicato de Professores, entre outras.
Não foram feitas acusações formais contra estes homens e mulheres, tendo sido alegado que o processo era confidencial.
Presentemente, são 22 os detidos, sendo a maioria sindicalistas, professores e 4 membros da Marcha Mundial das Mulheres.
O julgamento que devia ter ocorrido a 8 de Agosto, foi adiado para os próximos dias 19 e 20 de Novembro no 10º Tribunal de Izmir. A este julgamento serão presentes os actualmente 22 detidos e mais 9 outros inicialmente presos e depois libertados.
Os abaixo-assinados manifestam a sua indignação pelas prisões ilegais, pelo lapso de tempo entre as detenções e a acusação e pela demora no julgamento destes activistas turcos, assim como pela confiscação ilegal de equipamento, material e documentos.
Denunciam a repressão que se abate sobre sindicalistas, activistas de movimentos sociais e de movimentos de oposição na Turquia.
Exigem a imediata libertação de todos os detidos a quem prestam a sua solidariedade e o fim da repressão contra os movimentos sociais.

Os subscritores:
Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta
Solidariedade Imigrante
CGTP/IN
CPPC -
SPGL
Casa do Brasil em Lisboa
ILGA-Portugal
AJPaz
SOSRacismo
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública
Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa


Letter of Repudiation
To the Ambassador of Turkey in Portugal
For the release of the men and women illegally arrested


On May 28th. 35 members of Turkish social movements, trade unions, feminist organizations and human rights associations were illegally arrested. Computers, CDs and documents were illegally confiscated from the Confederation of Public Employees Trade Unions and Teachers’ Trade Union offices.
No formal accusations were made against these men and women and the legal process was kept confidential. At the moment, there are 22 activists arrested (10 women and 12 men), mainly trade unionists, teachers and four members of the World March of Women.
The trial that was supposed to have occurred on August 8th. was postponed to the 19th. and 20th. November in Izmir. The 22 arrested activists and other 9 initially arrested and then released will be present to this trial.
The undersigned entities, men and women:
Express their indignation for the illegal detention, for the time elapsed between the detentions and the accusations and for the delay in judging these Turkish activists, as well as the illegal confiscation of computers , CDs and documents
Denounce the repression on unionists, activists of social movements and opposition movements in Turkey.
Demand the immediate release of every men and women arrested, to whom they declare their total solidarity and demand the end of the repression against the Turkish social movements.

The undersigned:
Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta
Solidariedade Imigrante
CGTP/IN
CPPC -
SPGL
Casa do Brasil em Lisboa
ILGA-Portugal
AJPaz
SOSRacismo
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública
Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jornadas Estatais Feministas

4-8 Dezembro 2009
Granada

http://http://www.feministas.org/IMG/pdf/preprograma.pdf

A NÃO PERDER!!

Trabalho das Mulheres

Autonomia económica das mulheres

O conceito de autonomia económica das mulheres refere-se à sua capacidade de
serem provedoras do seu próprio sustento, assim como do das pessoas que delas
dependem, e decidir qual é a melhor forma de o fazer. Nesse sentido, autonomia
económica é mais que autonomia financeira, já que também inclui o acesso à segurança
social e serviços públicos.
O salário não é a única fonte da nossa autonomia; ela depende da nossa formação,
do acesso aos bens comuns, ao crédito, à economia solidária e aos serviços públicos.
Produzimos riqueza não monetária que redistribuímos directamente (sem passar pelo
sistema financeiro formal). Desde pequenas, as mulheres dedicam uma grande parte do
seu tempo à satisfação das necessidades da sociedade, dos membros das suas famílias
e das suas comunidades.
Apesar da criatividade das mulheres em luta pela sua autonomia, muitas encontram
restrições para a conseguir. Existem países, comunidades ou famílias nas quais elas
precisam, por lei ou por costume, da autorização do pai, do marido ou de um homem da
família para exercer um trabalho remunerado. Em muitos países, as mulheres são menos
escolarizadas que os homens e as meninas têm muitas dificuldades para permanecer na
escola. Noutros países, a escolaridade das mulheres tem vindo a aumentar, mas elas
continuam mais desempregadas ou a receber menos do que os homens na mesma
condição.
Além disso, em quase todo o mundo as mulheres são as principais responsáveis
pelo chamado trabalho reprodutivo: cuidado dos filhos, da casa, dos maridos, das/os
doentes e idosas/os. Na sua busca por autonomia económica, as mulheres têm sempre
de gerir o seu tempo e disponibilidade entre o trabalho de cuidado e o trabalho
remunerado. Por isso, muitas vezes vêem-se limitadas a empregos a tempo parcial ou a
trabalhos informais que lhes permitam ir buscar as crianças à escola, levá-las ao médico,
etc…


O trabalho das mulheres no mundo

As poucas informações sistematizadas que temos sobre o trabalho das mulheres
estão focadas no trabalho formal e não no trabalho não remunerado.
Sabemos que na África Subsaariana, por exemplo, as mulheres trabalham muito.
No entanto, os empregos com salários dignos e protecção social são a excepção e não a
regra.
Na África do Norte, a participação das mulheres no mercado de trabalho é muito
baixa porque a maioria das mulheres tem de pedir permissão a um membro masculino da
família para trabalhar fora de casa. Aqui, a diferença de acesso ao emprego entre
mulheres e homens é a mais alta do mundo, seguida pelo Médio Oriente*.
Na América Latina, as mulheres trabalham principalmente no sector de serviços e,
muitas vezes, em empregos vulneráveis e um grande número de mulheres trabalha no
sector informal como artesãs, agricultoras, vendedoras, etc.
Os maiores índices de actividade das mulheres ocorrem na Ásia Oriental, Sudeste
Asiático e Pacífico, todos com jornadas de trabalho extensas.
Na Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão, é maior a probabilidade de que as
mulheres estejam empregadas em posições de menor relevância que os homens e em
trabalho a tempo parcial.
A exploração do trabalho das mulheres está na base da organização do sistema
económico capitalista neoliberal:
1) As mulheres recebem sistematicamente menos que os seus colegas homens pelo
mesmo trabalho (os seus salários ainda são considerados complementares
aos salários dos homens – ver adiante o ponto sobre economia feminista).
Tanto trabalhadores homens como mulheres se vêem obrigados a competir
entre eles por trabalhos precários no sistema neoliberal permitindo, desta

forma, a redução dos salários e das condições de trabalho em geral e a nível
internacional;
2) O trabalho é tipicamente precário: horas flexíveis, horas extra não pagas, trabalho
a tempo parcial ou contratos de curto prazo, proibição de sindicalização,
desrespeito por direitos adquiridos, falta de segurança social e de medidas de
saúde e protecção laboral, etc;
3) A força de trabalho das mulheres sustenta as indústrias de montagem e a
produção de legumes, frutas e flores em monoculturas para exportação.
Também sustenta a indústria de serviços (actualmente é o principal sector
mundial de emprego de mulheres) em grande parte devido à migração das
mulheres pobres para países ricos (sul para norte e leste para oeste) em
busca de emprego no sector doméstico ou de cuidados;
4) As mulheres imigrantes enviam uma parte importante dos seus rendimentos para
manter a família no seu país de origem – estas transferências de dinheiro têm
uma influência significativa na economia destes países. Portanto, a sua
emigração é impulsionada apesar do facto de, em grande medida, as opções
de trabalho para as mulheres se limitarem ao trabalho nas indústrias de
serviços e trabalho sexual;
5) A privatização dos serviços públicos e o corte nos gastos públicos em saúde,
educação, serviços de cuidado de crianças, saneamento básico e água
resultou num aumento do trabalho doméstico e comunitário realizado pelas
mulheres;
6) Pelo menos 12,3 milhões de pessoas em todo o mundo estão presas em trabalhos
forçados, o que inclui as seguintes formas: endividamento, tráfico de pessoas
(que, depois do tráfico de drogas, é a segunda maior máfia mundial, com 10
bilhões de dólares de lucro por ano) e outras formas de escravidão moderna.
As vítimas são as/os mais vulneráveis – mulheres e crianças forçadas à
prostituição, imigrantes presas/os por endividamento e trabalhadoras/es que
sofrem com tácticas ilegais, recebendo pouco ou nada.
A recente crise de alimentos, ambiental, energética e financeira – consequência
directa do sistema neoliberal de exploração e especulação – tem reduzido as
possibilidades de as mulheres encontrarem emprego, aumentado a precariedade dos
empregos que existem e os níveis de pobreza tanto para mulheres como para homens.


[o resto do texto pode ser lido aqui: http://www.umarfeminismos.org/marchamundialmulheres/documentos/Autonomiaeconomia_pt_final.pdf]

*Segundo dados da OIT (Organizaçao Internacional do Trabalho) em 2007, considerando a
média mundial das pessoas em idade para trabalhar, apenas 49,1% das mulheres estavam
empregadas em relação a 74,3% dos homens. A relação emprego-população de mulheres varia
nas subregiões do mundo: é mais alta na Ásia Oriental (65,2%) e África Subsaariana (56,9%) e
mais baixa na África do Norte e Médio Oriente (28,1%). Consideram-se empregadas as mulheres
que realizaram algum trabalho – pelo menos uma hora durante o período de referência
especificado – por um salário (trabalho remunerado) ou por lucro ou benefício familiar (trabalho
independente).

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Paz e Desmilitarização

Os conflitos não são todos do mesmo tipo: há conflitos coloniais como o caso de
Inglaterra na Índia, na África de Leste, no Médio Oriente, etc; ou a França na Argélia ou
na África Ocidental, entre outros. Há também conflitos de agressão como a Alemanha
contra a Bélgica, a França e outros em 1939; há conflitos de ocupação como o de Israel
contra a Palestina; conflitos de fundamentalismo religioso entre diferentes confissões
ou entre diferentes correntes no seio de uma mesma confissão, e ainda conflitos
orquestrados por ditadores contra a sua população como o caso de Batista em Cuba,
Pinochet no Chile ou Marcos nas Filipinas, etc.

Muitos conflitos são apresentados ao mundo exterior como conflitos étnicos entre
tribos ou grupos dentro de um mesmo país ou região, enquanto os verdadeiros motivos
económicos permanecem ocultos. Na verdade, muitos conflitos são lucrativos, são
conflitos económicos provocados para controlar recursos naturais (petróleo no Iraque,
coltan para telemóveis na Região dos Grandes Lagos Africanos, etc) e as riquezas que
estes prometem, além de estimularem a indústria armamentista, as milícias privadas e a
indústria local de segurança.

A lista de conflitos armados é imensa, mas diferenciam-se entre si pois alguns têm
uma ampla cobertura mediática*. O Afeganistão, a Colômbia, Darfur, a região dos
Grandes Lagos, o Iraque, a Palestina - enquanto outros permanecem esquecidos: o País
Basco, República Central Africana, Chade, Chipre, Haiti, o México, Uganda… Também
devemos ter em conta os países que estão envolvidos “à distância” nos conflitos, devido
aos seus interesses comerciais e da venda de armas, como a Inglaterra, a China, a
França e os Estados Unidos, etc.

Guerra, conflitos e militarização são expressões da violência tornada natural pelos
sistemas capitalista e patriarcal e os meios utilizados por estes para manterem o seu
domínio**. Mais do que isso, a militarização reflecte a divisão dos papéis no patriarcado: o
conceito de masculinidade é associado à violência e às armas, o que leva à ideia de que
as mulheres necessitam de proteção dos homens e das armas. É a instituição militar que contribui, de diferentes formas, para formar jovens homens com o objectivo de que ocupem o lugar dominante na sociedade, na hierarquia de relações sociais entre os sexos. O exército pode ser considerado como uma das organizações patriarcais mais importantes de qualquer sociedade e uma das mais reveladoras da desigualdade que caracteriza as relações homens-mulheres: hierarquização do poder, culto do chefe e seu domínio, obediência, violência física, ausência de espírito crítico, um círculo fechado dos “rapazes”, etc. Este modelo de
masculinidade associado à força e agressividade é uma referência crescente para os
jovens somando-se muitas vezes ao racismo na formação de gangs.
Nos sistemas capitalista e patriarcal, as elites económicas actuam junto do Estado
de diferentes maneiras colocando os governos ao seu serviço para manter o controlo dos
povos e das mulheres. O aumento da repressão, o reforço das forças policiais e a
adopção de políticas de tolerância zero, que alimentam ainda mais o ciclo da violência
são instrumentos para manter essas relações, utilizando-se ainda a criminalização dos
que vivem na pobreza ou que lutam contra ela, como as migrantes e os movimentos
sociais. Este controlo é também mantido através ou da provocação de conflitos ou da
indiferença face a conflitos motivados pela delimitação de territórios, por uns poucos
empregos ou por uns poucos recursos públicos.

O corpo das mulheres: um campo de batalha para os soldados
As mulheres sempre sofreram os males da guerra, psicologicamente, socialmente,
física e economicamente. Assim, desde a antiguidade até ao presente, a violação massiva
de mulheres é parte integral da guerra. As mulheres e os seus corpos foram considerados
ora como despojo de guerra, ora como moeda de troca. São vistas como o repouso do
guerreiro, o seu corpo identificado como solo inimigo e, por isso, um campo de batalha. A
luta dá-se pelo controlo dos corpos das mulheres vistas como um recurso igual a qualquer
outro e por isso um motivo legítimo para o conflito. Em todos estes casos as mulheres são
rebaixadas à categoria de objecto e percebidas como propriedade dos homens.
A violação é utilizada para humilhar, desonrar e desmoralizar o inimigo. É tratada
como um meio de propaganda militar ou, como ocorreu mais recentemente na Bósnia-
Herzegovina, como política de purificação e limpeza étnica. No Ruanda, foi
instrumentalizado como acto de genocídio, no Haiti como instrumento de terror político,ou
ainda como símbolo de vitória. As consequências desta brutalidade não se limitam aos
aspectos físicos - contágio de doenças sexualmente transmissíveis, uma possível
gravidez, rasgos, fístulas- mas também aos aspectos psicológicos - depressão, perda de
auto-estima, culpabilização, etc. Uma mulher violada e a/o filha/o fruto da violação são
frequentemente isoladas e marginalizadas pela sua comunidade e rejeitadas pelo seu
marido e família, carregando a culpa pela extrema violência que sofreu. Para muitas
mulheres as únicas opções são o silêncio ou a rejeição, com todas as consequências
socioeconómicas que isto acarreta.
* Mesmo que a cobertura mediática seja geralmente tendenciosa e de pouca qualidade.
** Há uma percepção comum que a militarização no mundo se acentua na medida em que as despesas militares mundiais tiveram um crescimento real de 45% nos últimos dez anos. A tendência de expansão continua: entre 2006 e 2007, o aumento médio dos orçamentos militares nacionais foi de 6%. Em 2005, os Estados Unidos mantinham 737 bases militares activas em outros países com um contingente de 2 500 000 pessoas (soldados, etc.). Em 2007, as despesas militares dos Estados Unidos da América representaram 45% da despesa mundial na área da defesa. Um outro fenómeno recente é o aumento considerável do número de mercenários privados: de um total de 330 000 soldados, que estavam no Iraque em 2007, 180 000 mil são membros de empresas de segurança privada.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Reclamemos os Campos!!

Divulgamos... sem recurso a tradução! ;)

Coordinadora Europea Vía Campesina
Reclamemos los Campos
Campamento Europeo para Cultivar Alternativas
,
30 de Septiembre- 4 de Octubre 2009, en Minerve (Francia)


Nosotros, jóvenes de la Coordinación Europea de la Vía Campesina estamos organizando un campamento Europeo para juntar a jóvenes que quieran establecerse en el campo, quienes ya sean jóvenes campesinos o campesinas, campesinos y campesinas sin tierra y/o quienes quieran recuperar la soberanía alimentaria.


La crisis global en la agricultura, el clima, la energía, la biodiversidad y en la sociedad en general está teniendo un impacto tremendo sobre miles de millones de vidas. Esta crisis está estrechamente relacionada con el reemplazo de la pequeña agricultura por formas industriales de producción y consumo. Tal y como muchos miles de millones han sido dado a los bancos durante el año pasado, el apoyo de los gobiernos para políticas neoliberales continúan aniquilando la pequeña agricultura y a los y las campesinas en todo el mundo. Estas políticas destruyen las formas de vivir que han demostrado un enlace harmonioso entre seres humanos y su medio ambiente. En Europa estas fuerzas están llevando a la pequeña agricultura y a los y las campesinas al borde de la extinción, haciendo difícil que el campesinado sobreviva y que jóvenes puedan empezar a trabajar la tierra como campesinos y campesinas.


Queremos ser campesinos y campesinas para volver a controlar nuestras vidas y practicar nuestros valores. Cultivando, demostramos nuestro compromiso con nuestra tierra, nuestro medio ambiente y con la gente—sea en nuestro barrio o en otros países lejanos, con los que compartimos la vida en este planeta. De esta forma estamos ayudando a asegurar un futuro para las próximas generaciones. Podemos poner final a este proceso devastador si reforzamos la posición de jóvenes campesinos y campesinas, relocalizando la economía y siendo creativos para crear un campo Europeo fuerte y sustentable. ¡El futuro de Europa sólo es posible si hay muchos y nuevos jóvenes campesinos y campesinas!


Hay muchas luchas que tenemos que fortalecer: el acceso a la tierra, precios justos en la agricultura, el reconocimiento social de los y las campesinas, políticas agrícolas justas, y las luchas contra la dominación del modelo de agricultura industrial. Queremos juntarnos para fortalecernos y hacer posible que los que quieran ser campesinos puedan serlo.


El campamento está abierto a jóvenes campesinos y todos aquellos interesados a serlo. Están muy bienvenidos a venir e intercambiar sus experiencias e inspirarse por las de los demás. Habrá una variedad grande de talleres prácticos, políticos y teóricos sobre el acceso a la tierra, hortalizas urbanas, políticas agrícolas, agroecología, alianzas entre consumidores y productores y más. ¡También pueden contribuir con un tema para su propio taller! Por favor comuníquenos el tema si tienen una propuesta de taller, llenando el sitio web y enviándonoslo antes del 15 de septiembre.


El campamento tendrá lugar en una granja colectiva en el sur de Francia. Será organizado con la ayuda de todos los y las que participen. Habrá una asamblea diaria para organizar la vida en la comunidad del campamento—desde la cocina colectiva y la limpieza hasta la organización de actividades y noticias. Les pediremos una pequeña contribución para las comidas y el alojamiento.


Para más información por favor visiten nuestra página web: www.reclaimthefields.orgSi quieren más información o quieren involucrarse más, por favor contáctenos: camp2009@reclaimthefields

Violência(s) contra as Mulheres

A violência contra as mulheres é estrutural e inerente aos sistemas patriarcal e
capitalista. É usada como uma ferramenta de controlo da vida, corpo e sexualidade das
mulheres por homens, grupos de homens, instituições patriarcais e Estados. Apesar de
afectar as mulheres como grupo social, cada violência tem um contexto específico e
temos que compreender como, quando e porque ocorre a violência contra as mulheres.
A ideia generalizada sobre a violência contra as mulheres é que se trata de uma
situação extrema ou localizada, envolvendo pessoas individualmente. Mas ela toca-nos a
todas, pois todas já tivemos medo, mudámos o nosso comportamento, limitámos as
nossas opções perante a ameaça da violência. Outra ideia comum é que a violência
contra as mulheres é apenas um problema das classes baixas e das culturas “bárbaras”,
no entanto, sabemos que é transversal e existente em todas as classes sociais, diferentes
culturas, religiões e situações geopolíticas.


Apesar de ser mais comum na esfera privada, como violência doméstica - seja esta
sexual, física, psicológica ou abuso sexual – a violência contra as mulheres e meninas
ocorre também na esfera pública, que entre outros inclui: femicídio, assédio sexual e
físico no lugar de trabalho, diferentes estupros, mercantilização do corpo das mulheres,
tráfico de mulheres e meninas, prostituição, pornografia, escravidão, esterilização forçada,
lesbofobia, negação do aborto seguro e das opções reprodutivas e autodeterminação, etc.
O silêncio, a discriminação, a impunidade, a dependência das mulheres em relação aos
homens e as justificações teóricas e psicológicas toleram e agravam a violência contra as
mulheres.

A violência, a ameaça ou o medo da violência são utilizados para a exclusão das
mulheres do espaço público. As mulheres pagam com as suas vidas por trabalhar na
esfera pública em vez de ficarem em casa, como impõe a cultura patriarcal, e ir à escola
ou à universidade, “atrever-se” a viver a sua sexualidade abertamente ou por prostituir-se
como falta de opção. Num contexto de criminalização dos movimentos sociais e de
protesto, a repressão de mulheres activistas envolvidas na luta, muitas vezes, toma a
forma de violência sexual. Além disso, a discriminação contra as mulheres é composta
pela intersecção de diferentes formas de opressão: elas são discriminadas por ser
mulheres, e também pela sua cor de pele, língua, raça, etnia, classe social, situação
financeira, religião, sexualidade...

A raíz da violência contra as mulheres está no sistema patriarcal e no capitalismo,
que impõem uma necessidade de controlo, apropriação e exploração do corpo, vida e
sexualidade das mulheres. O patriarcado funciona através de dois princípios: a noção de
que as mulheres são propriedade dos homens, por isso sempre disponíveis para eles, e a
divisão das mulheres em duas categorias: “santas” e “putas”. Como parte desse sistema,
a violência é a punição para aquelas que não se enquadram no papel da “santa”: boa mãe
e esposa. Por exemplo, é comum que os homens justifiquem que agrediram, verbal ou
fisicamente, a suas esposas porque a comida não estava pronta ou porque a roupa que
queriam vestir não estava limpa. Também é um castigo para aquelas que são
consideradas “putas”: os agressores e a sociedade justificam a agressão dizendo que a
mulher estava na rua sozinha de noite, ou porque são lésbicas e devem ser ensinadas a
ser heterossexuais, ou porque a roupa que estavam a usar não era decente.

[o resto do texto pode ser lido aqui: http://www.umarfeminismos.org/marchamundialmulheres/documentos/violencia_contra_as_mulheres_pt_final.pdf]

As Acções de 2010!

Em 2010 as acções da MMM, em Portugal e no mundo, centrar-se-ão em torno de 4 grandes temas: Violência(s) contra as Mulheres; Paz e Desmilitarização; Bem Comum e Trabalho das Mulheres.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Reunião da Coordenação Europeia da MMM

É já em Outubro (23,24 e 25), em Salónica, que a Coordenação Europeia da MMM vai reunir!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Eco-activista e feminista Starhawk visita Portugal em Agosto...

Divulgamos...


A eco-activista e feminista Starhawk visita Portugal em Agosto: tem encontros em Lisboa (no dia 7 de Agosto) e na eco-aldeia de Tamera (no Alentejo)


Sessão-encontro com STARHAWK
7 de Agosto, 18.00 - 20.30
no Centro Social do GAIA
(na Travessa da Nazaré 21, à Mouraria, Lisboa)



"Because I believe the earth is a living being, because we are all part of that life, because every human being embodies the Goddess, because I have a fierce, passionate love for redwoods and ravens, because clear running water is sacred, I'm an activist. And because the two hundred richest people in the world own as much wealth as the poorest forty percent, because every ecosystem, traditional culture, old growth forest and life support system on the planet is under assault, and because the institutions perpetuating this unjust system are global, I'm kept very busy!”
Starhawk

«Since the anti-WTO protests in Seattle, a dispersed and diverse global movement has better understood itself in the mirror of Starhawk's writings. Her essays consistently, and miraculously, combine how-to practicality with poetry and inspiration. She presents the best face of social justice and dares us to live up to it.»
Naomi Klein, autora do livro No Logo


A escritora norte-americana, eco-feminista, anarquista e activista anti-globalização que se destacou no cerco e boicote à Cimeira da OMC em Seattle há 10 anos atrás, conhecida pelo nome de Starhawk, visita Portugal no mês de Agosto, onde participará na Universidade de Verão da eco-aldeia de Tamera (em Odemira, Alentejo), estando ainda previsto um encontro em Lisboa no próximo dia 7, entre as 18h e as 20h30, no Centro Social do GAIA, à Travessa da Nazaré, na Mouraria, com todas/os as/os interessadas/os em conhecer o seu pensamento, assim como os projectos em que está envolvida e a acção que tem desenvolvido em vários pontos do mundo. O seu último livro, publicado em Junho de 2009, tem sintomaticamente como título The Last Wild Witch, uma vez que a autora é uma das figuras de proa do neo-paganismo contemporâneo que articula espiritualidade, respeito pela terra e um activismo ecológico que passa tanto pelas práticas de permacultura como por acções directas em defesa da natureza-mãe.

Starhawk é, com efeito, reconhecida internacionalmente como uma activista do movimento pacifista (colabora na coligação norte-americana United for Peace and Justice), dos movimentos de mulheres, de defesa do ambiente (é um dos elementos do colectivo responsável pela Earth Activist Training), e da contestação à globalização económica (é autora do texto «How we shut down the WTO» - «Como bloqueamos a cimeira da OMC», em português - e do livro «Percurso de uma altermundialista», em francês). Promove e dirige cursos sobre acção directa e a não-violência, e participa em workshops, conferências e leituras públicas, tanto na América do Norte como na Europa e Médio Oriente.

A cientista belga, Isabelle Stengers, que se tem dedicado a desmistificar e dessacralizar a toda-poderosa ciência moderna, tem divulgado a sua obra e pensamento para o mundo francófono, tendo ambas sido co-autoras de um livro comum com o título «Mulheres, Magia e Política» (Femmes, magie et politique). Por sua vez, Stengers escreveu o livro «A Feitiçaria Capitalista: práticas de desocultamento» (La Sorcellerie Capitaliste: pratiques de desenvoutemente) onde tenta analisar como o capitalismo é um sistema de feitiçaria, e a consequente e imperiosa necessidade de capturarmos e denunciar o seu perigoso feitiço.

Nascida em 1951 no Minnesota, Starhawk reside actualmente em São Francisco, onde ajudou a criar nos anos 70 a comunidade Reclaiming (anteriormente denominada Reclaiming Collective), uma comunidade internacional de mulheres e homens que trabalham para unificar o espiritualismo baseado na natureza e o activismo político, no contexto dos movimentos pacifistas e anti-nucleares, dando pois primazia ao activismo económico, ambiental, político e social. A abordagem espiritual da comunidade Reclaiming baseia-se na força e magia da Deusa que é entendida como a força vital imanente à realidade (daí o seu paganismo), e não como uma divindade transcendental (como postulam as religiões e as doutrinas teológicas). Se bem que muito variada, e não isenta de debates e polémicas internas e externas, as comunidades Reclaiming tem como denominador comum a adoração e defesa activa da Terra, o que explica o apoio que dá às acções directas que indivíduos e comunidades realizam com aquele propósito.

Solidariedade com Honduras: algumas fotos (III)!







Solidariedade com Honduras: algumas fotos (II)!
















Solidariedade com Honduras: algumas fotos (I)!
















... no dia 28 de Julho a Praça do Rossio encheu-se de Afecto e Solidariedade! Cerca de duas centenas de pessoas concentraram-se em frente ao desactivado Consulado das Honduras! A MMM esteve presente, claro, como podem ver pelas fotos!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Feministas Hondurenhas apelam a Obama

As Feministas em Resistência resistem! E lutam! Eis a carta* que enviaram ao Presidente dos EUA...

Carta Aberta ao Presidente dos Estados Unidos da América
Pela rápida resolução pacífica e democrática do conflito político nas Honduras

Excelentíssimo Sr. Presidente dos EUA, Barack Obama:

Nestes momentos, o nosso país, Honduras, encaminha-se para uma possível guerra civil. Aguardam-nos meses, talvez anos, de isolamento económico e diplomático. Chegámos a esta situação em consequência de um golpe de estado militar-civil que sequestrou e depôs o presidente democraticamente eleito por voto popular, como manda a lei. Quebraram-se assim 28 anos de democracia, uma das mais duradouras da região latinoamericana. Os efeitos desta violação dos princípios democráticos em que assenta a nossa nação irão sentir-se não só no nosso território e nos seus habitantes, mas também em toda a região e possivelmente no seu próprio país. Têm vindo a ser divulgados diversos documentos que evidenciam que representantes diplomáticos do seu país, grupos económicos e membros do Partido Republicano, bem como os serviços secretos do seu governo, não só tiveram conhecimento prévio do golpe militar-civil como também foram co-autores intelectuais do mesmo. Se assim for, os EUA e o seu governo seriam co-responsavéis da interrupção violenta da ordem constitucional nas Honduras e do derramamento de sangue que já começou.

Sr. Presidente Obama, Honduras esteve entre os países do mundo que recebeu com grande esperança a sua chegada à presidência. e o aprofundamento da democracia no seu país. Aplaudimos as suas declarações por umas novas relações com a região que acabariam com a arrogância e a tradição de ingerência nos nossos assuntos internos. Sinceramente acreditámos na sua palavra de apoiar o aprofundamento da democracia também nos nossos países. É por isso que nós, as feministas hondurenhas, recebemos com grande tristeza as notícias de um possível envolvimento das instituições que representam o seu governo nos acontecimentos que conduziram aos factos do 28 de Junho de 2009!

Assim mesmo, preocupa-nos a posição da sua Secretária de Estado, a Sra. Hillary Clinton, a respeito do conflito que se presenta no país ao reconhecer ao governo de facto como parte legítima nos processos de negociação com a mediação do Presidente Arias da Costa Rica e que, como vemos, até agora fracassaram pela intransigência do regime golpista. É para nós difícil imaginar que o governo dos EUA se sentaria a negociar com um grupo político que atentou com as armas contra o sistema democrático. Porque deve ser isto aceitável para as e os hondurenhos?

A fraca punição do seu governo ao golpe militar-civil nas Honduras, e a falta de uma decidida adesão às propostas da Organização das Nações Unidas e da Organização de Estados Americanos, e de outros governos democráticos do mundo, estão a conduzir o nosso país a uma situação de violência que nós não merecemos.

Somos um povo que resistiu permanentemente à violência, à pobreza e à falta de direitos cívicos. Porém, demonstrámos sempre a nossa decisão firme de construir uma sociedade democrática, na qual possamos viver em paz, sem pobreza e com justiça de género, raça e classe, como todas as mulheres e homens do planeta. As feministas hondurenhas desejam participar na construção do futuro do nosso país, com a solidariedade de todos os governos e pessoas de boa fé que partilham os nossos ideais e desejam pôr fim ao uso da violência como forma de resolução de conflitos tanto na vida pública como privada.

Assim, enquanto Presidente dos EUA, as feministas das Honduras solicitam-lhe:

1. Realizar uma investigação exaustiva do envolvimento das instituições e funcionários do governo dos EUA no golpe de Estado militar-civil nas Honduras.
2. Pôr fim à intromissão nos assuntos internos das Honduras.
3. Não outorgar ao governo de facto reconhecimento legal e político e adoptar medidas que contribuam para a restituição do Estado de direito, da ordem constitucional e a restituição do presidente eleito.

Feministas em Resistência
Tegucigalpa, 22 de Julho de 2009



FEMINISTAS EN RESISTÊNCIA, Centro de Estudos da Mulher - Honduras

Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de Dezembro de 1948.

"Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança da sua pessoa." Artigo 3.

“Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.” Artigo 19.
* Carta traduzida por Luzia Teixeiro

segunda-feira, 27 de julho de 2009

28 de Julho | 19h | Lisboa | Praça do Rossio | nº 45

AMANHÃ, dia 28 de Julho é DIA DE CONCENTRAÇÃO CONTRA O GOLPE MILITAR NAS HONDURAS! Aparece e traz amigas/os contigo!

Muitas entidades estão envolvidas nesta grande acção de PROTESTO e SOLIDARIEDADE:

Acção Humanista Cooperação e Desenvolvimento
Abril
– Associação Regional para a Democracia e o Desenvolvimento
AJPaz – Acção para a Justiça e Paz
Associação de Amizade Portugal-Cuba
Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões
Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania
Associação Seres
ATTAC Portugal

Casa do Brasil de Lisboa
CGTP – IN
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Colectivo Política Operária
Colectivo Revista Rubra
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
Federação Nacional dos Sindicatos dos/as Trabalhadores/as da Função Pública
Fórum pela Paz e pelos Direitos Humanos
Frente Anti-Racista
Mó de Vida
– Cooperativa de Comércio Justo
Movimento Democrático de Mulheres
Não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
Olho Vivo – Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos
Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens
Sindicato dos/as Trabalhadores/as da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal
Sindicato dos/as Trabalhadores/as na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul
Sindicatos dos/as Trabalhadores/as do Município de Lisboa
Solidariedade Imigrante
– Associação para a Defesa dos Direitos das/os Imigrantes
SOS Racismo
Tribunal do Iraque
– Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta
União dos Sindicatos de Lisboa


Pelo reestabelecimento da democracia, sem derramamento de sangue!
Pelo fim da repressão contra o povo das Honduras!
Pelo direito dos povos a decidirem o seu destino!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

28 de Julho em Lisboa: mobilização contra o golpe militar nas Honduras! Não fiques INDIFERENTE! Junta-te a nós!

Às organizações da sociedade civil portuguesa
A toda a cidadania

Chamada à mobilização contra o golpe militar nas Honduras e em solidariedade com o povo deste país

As entidades abaixo referidas apelam à mobilização para um acto de protesto frente ao Consulado das Honduras em Lisboa (Praça do Rossio, Nº 45) à semelhança do que está a acontecer por todo o mundo. A concentração terá lugar no próximo dia 28 de Julho, terça-feira, pelas 19h, frente a esta representação diplomática. Gostaríamos de contar com o seu apoio e/ou o apoio da vossa organização para esta mobilização. A pressão internacional é fundamental para reverter esta situação! O que está a acontecer nas Honduras, além de constituir inaceitáveis violações dos direitos humanos e da soberania do povo, pode contribuir para marcar o futuro da região e quaisquer tentativas de construção de um outro mundo que reclamamos possível e urgente.

No passado dia 28 de Junho, as Forças Armadas das Honduras executaram um golpe de Estado contra o governo de Manuel Zelaya, o qual estava a preparar uma consulta popular para perguntar às/aos hondurenhas/os se concordariam ou não com a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujo objectivo central seria elaborar uma nova Constituição com plena participação de todos/as os/as actores/as sociais do país.

Poucos dias depois do golpe, liderado pelo então presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti -descrito pelos movimentos sociais hondurenhos como um fantoche da oligarquia- foi decretado o Estado de Sítio, procedendo-se à militarização das instituições e das principais cidades do país, à restrição drástica das comunicações internacionais e à intervenção de diversos meios de comunicação que não apoiam os golpistas. A ditadura iniciou uma forte repressão sobre os movimentos sociais e populares, tendo já havido numerosas detenções e mortes que têm sido denunciadas por entidades de defesa dos direitos humanos.

O que está a acontecer nas Honduras não é um facto isolado, faz parte duma estratégia conservadora que conta com a conivência, entre outros, dos Estados Unidos para garantir a continuidade do neoliberalismo na Améria Latina, face aos avanços de vários povos deste continente na defesa da sua soberania e de sistemas sociais mais justos e igualitários. Também não é um facto novo, pois infelizmente faz lembrar as sinistras ditaduras do “encerro, desterro, enterro” instauradas contra povos que ousaram questionar a estruturação injusta das sociedades e das relações internacionais.

Para travar este brutal esmagamento da esperança do povo hondurenho, está a consolidar-se uma grande resistência, com importante participação das mulheres, apesar da forte vigilância e repressão do novo governo golpista. Diariamente, as manifestações populares sucedem-se por todo o país, tendo sido convocada uma greve geral e lançado um apelo à comunidade internacional para solidarizar-se com o povo das Honduras e mostrar com veemência o seu repúdio da ditadura e da brutal repressão iniciada desde o golpe militar.

O povo português não pode ficar indiferente perante estes factos!

APELAMOS À MOBILIZAÇÃO

Pelo reestabelecimento da democracia, sem derramamento de sangue!
Pelo fim da repressão contra o povo das Honduras!
Pelo direito dos povos a decidirem o seu destino!



Entidades Subscritoras

Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões
Abril – Associação Regional para a Democracia e o Desenvolvimento
Associação Seres
AJPaz – Acção para a Justiça e Paz
Casa do Brasil de Lisboa
CGTP - IN
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Colectivo Revista Rubra
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
Não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
Olho Vivo – Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos
Política Operária
Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens
Solidariedade Imigrante – Associação para a Defesa dos Direitos das/os Imigrantes
SOS Racismo
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Assembleia da Marcha Mundial das Mulheres para preparação das acções da Acção Global em 2010

A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) é um movimento que une há mais de dez anos grupos e organizações de base de todo o mundo na luta contra a pobreza e a violência sobre as mulheres.
As acções da Marcha Mundial das Mulheres têm uma maior visibilidade e uma dinâmica global de 5 em 5 anos. Em 2000 ocorreu a primeira grande acção entre 8 de Março e 17 de Outubro, que terminou em Nova Iorque com a entrega na ONU de cerca de cinco milhões de postais e assinaturas subscrevendo 17 reivindicações que erradicassem a violência e a pobreza. Em 2005 partimos de São Paulo, percorremos o mundo com a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade e fomos em cada país acrescentando retalhos a uma Manta da Solidariedade até chegarmos a Ouagadougou, capital do Burkina Faso.
Neste momento, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) está a preparar a sua terceira acção mundial que vai decorrer entre 8 de Março e 17 de Outubro de 2010 sob o lema “Mulheres em Marcha até que todas sejamos livres”. A acção rodará em torno dos quatro eixos de acção da MMM - Paz e Desmilitarização; Violência contra as Mulheres; Trabalho das Mulheres e Bem Comum e Acesso aos Recursos e Serviços e irá concentrar-se em dois momentos diferentes:
1. Entre 8 e 18 de Março, marcando o centenário do Dia Internacional da Mulher realizar-se-ão marchas de todas as formas e cores em vários países, e actividades diversas em torno das 4 áreas de acção da MMM durante todo o ano;
2. No dia 17 de Outubro, concentraremos as nossas acções sobre a Paz e a Desmilitarização estando a ser preparado o envio de uma delegação internacional ao Congo – Kivu Sul denunciando a guerra e a violência extrema exercida sobre as mulheres em zonas de conflitos armados.
Neste âmbito, a Coordenação Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres está a organizar no dia 27 de Junho duas Assembleias, uma em Coimbra, e outra em Lisboa. Estas reuniões, que terão continuidade depois do Verão, dirigem-se a todas as associações e pessoas que desejam integrar a MMM e ser parte activa nas acções de 2010, e que se identifiquem com os valores da Igualdade, Liberdade, Justiça, Solidariedade e Paz. O objectivo é discutir como se traduzem os temas da acção de 2010 em contextos locais, definir as reivindicações nacionais, bem como o formato e o tipo de acções que consideramos importante desenvolver em Portugal.
Neste processo juntaram-se já à Marcha Mundial das Mulheres em Portugal inúmeras e diversas organizações de vários pontos do país, nomeadamente Activar – Associação de Cooperação da Lousã, ADFP - Associação para Desenvolvimento e Formação Profissional, Arte-Via, CFTL – Centro de Formação e Tempos Livres, Graal, MARP – Associação das Mulheres Agricultoras e Rurais Portuguesas, Mó de Vida, não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, SERES e REDE - Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens. Muitas outras organizações e pessoas estão ainda a ponderar fazê-lo e esperamos que muitas mais venham a ter vontade de se juntar a este movimento e a esta Marcha por um mundo melhor para todas as pessoas.
As Assembleias terão lugar no dia 27 de Junho, sábado, em Coimbra, às 15 horas no Antigo Salão de Festas da Escola Agrária de Coimbra, e em Lisboa, às 10h, no Salão Polivalente da Associação Moinho da Juventude na Cova da Moura. A entrada é livre sendo apenas necessário informar da participação até dia 25 para os contactos que seguem em baixo.
Contamos com a vossa participação.
A Coordenadora Nacional da Marcha Mundial das Mulheres:

ADRL - Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões
AJPaz – Acção para a Justiça e Paz
ACRSS – Associação de Coles de Samuel
ILGA Portugal
Solidariedade Imigrante – Associação para a Defesa dos Direitos d@s Imigrantes
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta

Contactos:
AJPaz — R. de S. João, n.º 10, 3130-080,
Granja do Ulmeiro/Alfarelos.
(T) 239 642 815 (F) 239642816 (TMV) 962477031
www.ajpaz.org.ptajp@ajpaz.org.pt
UMAR — R. de S. Lázaro, n.º111,1º,
1150-330 Lisboa
(T) 218 873 005 — (F) 218 884086
www.umarfeminismos.orgumar.sede@sapo.pt
http://www.marchamundialdasmulheres.blogspot.com/
www.marchemondiale.org

terça-feira, 23 de junho de 2009

Coordenação Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres

A Assembleia da Marcha Mundial das Mulheres vai reunir no próximo sábado dia 27 de Junho de 2009. A coordenação portuguesa da Marcha é constítuída pelas seguintes associações: ACRSS (Associação de Samuel), ADRL (Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões), Associação ILGA Portugal, Solidariedade Imigrante, AJPaz - Acção para a Justiça e Paz, SERES, e UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta. Em Lisboa, a reunião terá lugar no Moinho da Juventude, Cova da Moura, pelas 10h30, e em Coimbra ocorrerá na Escola Superior Agrária, pelas 15h00.


Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo!