quarta-feira, 9 de setembro de 2020

 


Racismo e Anti-fascismo
24 de Junho
18H PT continental e Madeira e 17h nos Açores
19H Estado espanhol
19H Moçambique
14H Brasil (Rio de Janeiro)
13H EUA (New York)
Em 2020 a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) celebra os seus 20 anos enquanto movimento internacional. A nossa 5ª ação é um apelo à confrontação, a partir da perspetiva das lutas das mulheres, com a progressão das forças da extrema direita que articulam conservadorismo e neoliberalismo, ameaçando a vida e a democracia.
Não obstante as dificuldades que hoje enfrentamos, sabemos bem como é fundamental construir solidariedade feminista, mesmo na distância física: fazemo-lo há 20 anos e hoje, neste contexto de crise pandémica. Sendo mais difícil a realização de encontros e ações internacionais, a MMM de Portugal e da Galiza tomaram a iniciativa de realização de uma série de webinars para aprofundar reflexão estratégica que alimente as respostas feministas nestes tempos pandémicos. Pretendemos assim continuar tecendo redes na construção de alternativas reais e transformadoras.
No primeiro discutimos o papel crucial da reivindicação e construção de práticas assentes na soberania alimentar em tempos pandémicos. Pretendemos agora discutir o racismo e anti-fascismo.
Hoje, o conflito capital-vida tornou-se mais visível e paradoxal. As respostas que a maioria dos estados adoptaram face à ameaça da epidemia reproduziram os mecanismos patriarcais, racistas e coloniais do poder. Numa primeira fase, em muitos países a primeira resposta foi a de “business as usual”, minimizando a ameaça à saúde pública. Tornando-se evidente a necessidade de ação no sentido da contenção da pandemia, as medidas dos Estados passaram pelo policiamento, a restrição das nossas liberdades e o uso da repressão dentro da lógica manutenção da governação capitalista da vida - incluindo a exploração do trabalho dos cuidados.
Neste conflito capital-vida, não hesitamos, escolhemos a vida e por isso contestamos os ataques aos direitos democráticos e laborais. É no respeito na dignidade e autodeterminação humana e não no seu ataque que encontraremos as respostas para os estranhos tempos que vivemos.
Por isso não podemos deixar de saudar a onda de protesto e resistência em resposta ao assassinato de George Floyd e contra o racismo e todas as atrocidades da administração Trump. Vemos também com esperança a solidariedade internacional e a mobilização anti-racista que se tem alastrados a vários países do mundo, incluindo na Europa, sob o lema #vidasnegrasimportam.
Consideramos que estas mobilizações colocam novos desafios. Assim sendo, convidámos quatro ativistas anti racistas de diferentes movimentos e geografias:
Janvieve Williams Comrie - AfroResistancia, New York, EUA
Cristina Roldão - é socióloga, investigadora no CIES-IUL e professora da ESE-IPS. É uma voz activa no debate público e académico sobre o (anti)racismo em Portugal, Lisboa, Portugal
Elaine Monteiro - historiadora, militante da MMM Brasil e diretora de mulheres da União nacioal dos estudantes - UNE, Brasil
Graça Samo - Secretariado Internacional da Marcha Mundial de Mulheres, Moçambique.

Podes assistir ao debate aqui: https://www.youtube.com/watch?v=GL5fLTdTynE&t=3227s


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