quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mais de 500 violações na República do Congo

As Nações Unidas revelaram que foram cometidas mais de 500 violações sistemáticas por combatentes armados na zona oriental da República Democrática do Congo desde Julho - mais do dobro do que fora inicialmente reportado.
De acordo com o secretário-geral adjunto para a Manutenção da Paz, Atul Khare, a somar às 242 violações registadas na aldeia de Luvungi e arredores há relatos de 260 outras violações ocorridas em Uvira e outras localidades da região de Kivu.
Na aldeia de Miki há registo de 74 casos de violência sexual, incluindo de 21 meninas entre os 7 e 15 anos, e na aldeia de Kiluma todas as mulheres terão sido sistematicamente violadas.  
O responsável da ONU apela a que os rebeldes das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda e das milícias congolesas Mai-Mai, apontados como responsáveis pelos ataques, sejam processados e os seus líderes castigados.  
O estupro como arma de guerra tornou-se comum no Leste da República Democrática do Congo, onde, de acordo com as Nações Unidas, 8.300 violações foram reportadas em 2009, podendo muitas outras ter sido ocultadas.

Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1657415

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

«O Sahara é como uma enorme prisão»


Informação divulgada pela Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental com base em informação da imprensa espanhola (30-08-2010)
 
@s 14 activistas espanhóis agredidos em El Aaiún chegaram ao porto canário de La Luz, onde eram esperados por um grupo de 50 simpatizantes com panos e cartazes a favor da causa saharaui

O barco em que viajavam os 14 activistas do colectivo pró-saharaui Sáhara Acciones que foram presos e espancados pela polícia marroquina no passado Sábado, chegaram ao porto de Las Palmas da Grande Canária. No porto esperavam-nos um grupo de simpatizantes que empunhavam cartazes onde se apelava à realização de um referendo livre e democrático naquela que foi a última colónia de Espanha em África e que é ocupada há mais de 35 anos por Marrocos. Os testemunhos dos activistas são mais que demolidores: “Não esperávamos medidas tão horríveis”. Afirmou Sara Mesa no momento do desembarque. “O Sahara Ocidental é como uma enorme prisão, onde a gente vive sob um clima de continua repressão”. Segundo o testemunho de Anselmo Fariña “Atacaram-nos sem avisar, em particular com murros directos aos rins e ao rosto. Insultaram-nos e cuspiram-nos sem parar. Alguns companheiros estimam que deveria haver mais de uma centena de polícias à paisana. Vários deles seguiam-nos desde a nossa entrada no território e inclusive no trajecto de regresso”. “Ninguém se preocupava com o que estava a acontecer nos territórios ocupados. Chegavam-nos relatos de que muitas mulheres e crianças saharauis eram espancadas e o resultado era muitos hematomas e muita cara ensanguentada. Queríamos denunciar essa repressão que sofre o povo saharaui e acabámos por o viver nas nossas próprias carnes”, acrescenta Anselmo Fariña, professor na ilha de Tenerife. Membros do grupo anunciaram a intenção de denunciar o tratamento brutal da polícia marroquina nestes incidentes, O grupo de cinquenta militantes que os recebiam e os 14 activistas regressados gritavam bem alto: “Marrocos culpado, Espanha responsável” e “Sahara Livre”.